quarta-feira, 15 de junho de 2011

O que tira o sono dos estudantes

Aquele adolescente sonolento em sala de aula, que presta pouca atenção e tem dificuldade de aprender pode estar perdendo horas de sono por estar exposto demais às tecnologias. Estudos apontam que estudantes de centros urbanos estão dormindo entre uma hora e meia e duas horas a menos do que o necessário por dia.

A realidade é diferente na zona rural, onde internet, computadores e videogames não têm atrapalhado as horas de descanso.

A conclusão é resultado de pesquisas que serão apresentadas de hoje até domingo no 7º Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções, realizado em Gramado. Destacadas pelo neurocientista Fernando Louzada, da Universidade Federal do Paraná, as pesquisas também relacionam o sono com a proximidade entre a escola e a casa do adolescente. Estudos feitos com mais de mil alunos do Ensino Médio de Santa Maria, entre 2009 e 2010, revelou que poucos minutos que o adolescente dorme a mais e não desperdiça no deslocamento à escola podem fazer diferença na atenção em sala de aula.

– O adolescente não consegue dormir mais cedo só porque precisa levantar mais cedo. Então, se ele mora perto da escola, consegue dormir mais pela manhã – explica Louzada.

Conforme o cientista, o adolescente necessita dormir em média nove horas por dia. Pesquisas feitas no Paraná e em São Paulo indicam que os jovens com acesso às tecnologias, principalmente computador, dormem entre sete e sete horas e meia por noite, em dias letivos. Os adolescentes do meio rural conseguem deitar mais cedo. Pelo menos 53% dos entrevistados disseram dormir mais do que nove horas diárias.

– O sono dificulta a atenção e atrapalha o desempenho escolar. A privação do sono também está associada à alteração do humor e pode agravar quadros de depressão – alerta o especialista.

Especialista sugere mudança no horário de início das aulas

Uma das soluções, aponta Louzada, seria as aulas começarem mais tarde. O início das aulas às 7h, por exemplo, é inconcebível para o cientista.

Conforme a professora de Psicologia de Educação da UFRGS Tania Beatriz Iwaszko Marques, as escolas deveriam considerar os aspectos biológicos se objetivassem o aprendizado.

– A determinação dos horários é escolhida apenas por questão administrativa, de organização dos espaços. Mas deveria se levar em conta a questão biológica, porque o aluno pode estar lá sem ser produtivo.
Zero Hora
Geral | Pág. 26
Clipado em 15/06/2011

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